Enchentes causam 8 mortes no Oeste do Pará
A enchente que castiga os municípios ribeirinhos do Pará já deixou em situação de emergência 13 cidades, de acordo com o relatório parcial da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). A região mais afetada pela enchente é o oeste paraense, onde por onde passam os rios Amazonas e Tapajós. Almeirim, Itaituba, Prainha, Óbidos e Novo Progresso estão em situação de emergência e milhares de pessoas já estão desabrigadas por causas das chuvas.
Informações colhidas pela redação da Folha junto a Defesa Civil do estado, dizem que o número de mortos em todo o Pará subiu para oito. “A última vítima registrada foi uma criança, no município de Altamira”, disse um oficial da DCE.
As primeiras vítimas de afogamento foram registradas no município de Porto de Moz, região do Baixo Amazonas, onde três crianças morreram afogadas e cerca de 1.640 famílias ficaram desabrigadas. Em Almerim também foram três mortos por afogamento, sendo duas crianças e um adulto. Já em Capitão Poço, a vítima foi um idoso de 74 anos, que se afogou. Ao todo 18 municípios foram atingidos pelas cheias no Pará, sendo que 15 continuam em estado de emergência e 1, em estado de alerta.
Em Óbidos, 4.427 famílias foram atingidas pelas enchentes, mas não há desabrigados. Técnicos da Cedec e da Defesa Civil do município estão fazendo o levantamento de atendimento emergencial às famílias afetadas. O temor é de que o rio Amazonas possa subir ainda mais e com isso que milhares de pessoas tenham que deixar suas casas e serem removidas para áreas mais altas da cidade. Em Santarém, o nível do rio Tapajós continua subindo e preocupa as autoridades. Se a tendência de alta continuar, nos próximos dias a água deverá invadir a avenida Tapajós, na orla de Santarém.
Em Novo Progresso, vários rios pequenos transbordaram e alagaram comunidades e bairros inteiros, obrigando a prefeitura a transferir os moradores para ginásios e escolas. Na comunidade Riozinho das Arraias, a Br 163 - Santarém/Cuiabá foi cortada pelas águas do rio, o trânsito interrompido e o meio de transporte utilizado é a canoa. As chuvas não param de cair na região e a previsão é que os níveis dos rios subam mais ainda e que muitos bairros ainda fiquem de baixo de água.
O número de pessoas atingidas pelas enchentes dos rios continua aumentando, porém, em alguns municípios, como Parauapebas, pessoas que estavam em abrigos da Defesa Civil começaram a voltar pra casa com a baixa do Rio Vermelho. A situação é mais crítica na cidade de Marabá. O Rio Tocantins está 12 metros acima de seu nível normal. Por isso, cerca de 2,3 mil famílias tiveram de abandonar suas casas. O Rio Xingu subiu 7,7 metros e o Tapajós, 9 metros.
De acordo com a Defesa Civil, até agora quase 3 mil famílias já foram atingidas pelas águas do Rio Itacaiúnas, que já chegou a 12,34 metros acima do nível normal. A Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional anunciou a liberação de 10 mil cestas básicas para 19 municípios do Pará atingidos pelas chuvas.
Em Itaituba, pelo fato de não haver abrigo para os atingidos pelas águas, alguns locais, como escolas, estão acolhendo os desabrigados e as autoridades encontram-se em alerta para combaterem a malária e hepatite, doenças que costumam aparecer nesta época do ano, atingindo a população residente nas áreas tomadas pela enchente, pelo contato direto com a água contaminada pelos esgotos e lixos. Além das doenças, animais como jacarés e cobras, são vistos com freqüência em locais próximos às residências, alguns, sendo inclusive, capturados pelos moradores.
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