OPERAÇÃO TÉRMITA
PF prende oito acusados de fraude no Pará
Fim da linha para servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e empresários que atuavam em fraudes de processos ambientais. Ontem, a Polícia Federal (PF), através da Operação Térmita, conseguiu desarticular um grupo de pessoas que vinha cometendo crimes ambientais no Estado. Dentre as oito pessoas que foram presas, três são empresários, um é advogado e os outros quatro são servidores estaduais da Sema.
Entre os presos, está o engenheiro florestal da Sema, Edson Carvalho Brasil. Ele vistoriava as madeireiras do Estado e foi apontado pela polícia como o mentor das fraudes.
As prisões foram realizadas na manhã de ontem em Belém e Fortaleza. Cerca de 70 policiais federais do Pará participaram da ação, cumprindo oito mandados de prisão, sendo sete preventivas e duas temporárias. Os acusados foram encaminhados para a sede da PF e de lá seguiram para o Sistema Penal, onde aguardarão decisão da Justiça.
Segundo a polícia, a ação criminosa acontecia da seguinte forma: com a ajuda de funcionários da Sema, madeireiros e empresários conseguiam a aprovação ilegal de processos ambientais, como solicitações de vistorias, pedidos de licenças e cadastramento. “Os servidores facilitavam o esquema. Recebiam propina e em troca aprovavam processos ilegais.”, explicou o delegado federal Fernando Berbert.
INVESTIGAÇÕES - Durante as investigações, o que chamou a atenção da PF foi o fato de que servidores da secretaria, que recebiam em média um salário de R$ 1.800, “desfilavam” em carros no valor de R$ 120 mil. Berbert ressaltou que o valor da propina paga aos funcionários da Sema variava de R$ 5 mil a R$ 15 mil. “Quanto mais rápido o processo fosse aprovado, maior era o valor da propina”.
FANTASMA - As fraudes já haviam tomando proporções tamanhas que até uma “empresa fantasma” recebeu uma autorização de licença ambiental da secretaria. No final da manhã de ontem, os advogados dos acusados já haviam ingressado com pedido de habeas corpus. Todos os presos responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Em nota, a Sema diz que, até o momento em que foi contatada pela reportagem não conhecia o teor das acusações contra os servidores do órgão, porém, aguarda a notificação da Polícia Federal para tomar as medidas administrativas cabíveis, caso sejam confirmadas as acusações. O recém-empossado Secretário de Estado de Meio Ambiente, Edivaldo Pereira da Silva, informa que está à disposição da PF para prestar qualquer esclarecimento necessário.
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