Greenpeace provoca fome
Madeireiros resposabilizam ONG pela crise
Empresários do setor madeireiro do oeste do Pará culpam o Greenpeace pelo fechamento das serrarias na região e pelo conseqüente desemprego de mais de 13 mil pessoas. Segundo o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Sudoeste do Pará (Simaspa), o governo atende às demandas da Organização Não Governamental (ONG) ambientalista e joga em uma "monstruosa" miséria o povo de toda a região. O sindicato diz que tudo o que está acontecendo foi definido pelo Greenpeace há três anos em um documento intitulado "Estado de Conflito", no qual a entidade pede, claramente, a moratória florestal na região.
"A brincadeira acabou, não podemos mais aceitar o que o Greenpeace quer impor à nossa região", desabafa Luís Carlos Tremonte, vice-presidente do Simaspa. Ele desafia os diretores da ONG a participarem de uma reunião com o setor para discutir seriamente a questão florestal na região. "Eles não querem discutir, eu já propus isso a eles, que não me deram a menor bola. Eles impõem uma agenda da qual todos somos reféns. E está claro que esta agenda vem provocando fome e desemprego. O greenpeace provoca fome na região", denuncia, afirmando que luta há mais de dois anos em defesa do manejo florestal, uma prática que mantém a floresta em pé e permite a exploração da madeira existente na mata sem maiores agressões ao meio ambiente.
O empresário garante que não existe o objetivo de se manter as atividades econômicas na região. "Depois de participar de 150 reuniões com integrantes do governo para discutir saídas para a crise, cheguei à conclusão que estamos perdidos. Eles não querem manejo, o que querem mesmo é despovoar a Amazônia", afirma Tremonte, denunciando que em todas as reuniões foram mantidos acordos, mas nenhum deles foi cumprido pelo governo federal.
"O governo desrespeita até mesmo seus parlamentares, porque a senadora Ana Júlia (PT-PA) pediu a liberação do manejo e teve a garantia que isso aconteceria, mas também foi enganada pelo governo", diz Tremonte. "Ela disse que entre o governo e o povo iria ficar do lado do povo, mas isso está demorando muito", alfineta. Ele aproveita para criticar a exposição do navio do Greenpeace em Belém. "Deveria era haver uma investigação para saber como morreu uma ativista deles naquele navio em 2003", sugere, em tom de revolta.
Segundo o empresário, a revolta com o Greenpeace se dá porque depois de todas as reuniões e gastos para tentar negociar com o governo o funcionamento de pelo menos parte das indústrias, se descobriu que a moratória do setor foi planejada ainda em 2003 pela ONG e acatada de forma integral pelo governo federal. Tremonte se refere ao relatório "Estado de conflito", montado pela entidade, em Amsterdã, em 2003, e que pinta um cenário dramático na região, amplificando os problemas locais para chamar a atenção do mundo.
O documento é muito claro quanto aos projetos considerados de suma importância para o desenvolvimento do Pará e a melhoria de vida dos paraenses. Critica, por exemplo, o Plano Pluri-Anual (PPA) definido naquele ano pelo governo federal, que previa vários investimentos no Pará, como o asfaltamento da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e da BR-230 (Transamazônica), a modernização dos portos exportadores de Belém e Santarém, o aumento da capacidade da hidrelétrica de Tucuruí e a finalização dos estudos sobre a hidrelétrica de Belo Monte. "Todos estes projetos representam uma má-notícia para o meio ambiente e para as comunidades locais na Amazônia", diz, sem cerimônia, o documento do Greenpeace.
A parte que mais incomodou os madeireiros do oeste do Pará, no entanto, diz respeito às demandas definidas pela ONG no documento. A entidade pede a suspensão de toda exploração madeireira em escala industrial na região, especialmente na área de influência da Santarém-Cuiabá, que até 2004 produzia mais de 42% da madeira tropical amazônica exportada pelo Brasil para os mercados internacionais. "Se o governo pretendia cumprir à risca as determinações dessa ONG, para que vem fazendo estas reuniões com a gente e assinando Termos de Ajustamento de Conduta para não cumprir. Será que somos palhaços?", questiona Tremonte. Protesto - A crise no setor florestal no oeste paraense poderá causar uma cena no mínimo inusitada. É que os empresários do setor afirmam que vão ajudar os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), que estão em greve desde a segunda-feira, 8. Ontem, o Comando de Greve de Santarém pediu o apoio dos empresários, que disseram que vão ajudar a pressionar o governo federal para resolver logo a situação e acabar com a paralisação.
A greve deverá agravar ainda mais a situação do setor, porque os serviços de análise e liberação de planos de manejo estão prejudicados. "Vamos ajudar a fazer piquetes e estamos planejando trazer caminhões e até mesmo fechar rodovias aqui para ajudar os funcionários do Ibama", revelou um empresário à reportagem. A safra florestal começa no começo do mês de junho e a paralisação do Ibama pode atrasar em pelo menos em um mês o início das atividades nas serrarias que ainda não faliram na região.
"A brincadeira acabou, não podemos mais aceitar o que o Greenpeace quer impor à nossa região", desabafa Luís Carlos Tremonte, vice-presidente do Simaspa. Ele desafia os diretores da ONG a participarem de uma reunião com o setor para discutir seriamente a questão florestal na região. "Eles não querem discutir, eu já propus isso a eles, que não me deram a menor bola. Eles impõem uma agenda da qual todos somos reféns. E está claro que esta agenda vem provocando fome e desemprego. O greenpeace provoca fome na região", denuncia, afirmando que luta há mais de dois anos em defesa do manejo florestal, uma prática que mantém a floresta em pé e permite a exploração da madeira existente na mata sem maiores agressões ao meio ambiente.
O empresário garante que não existe o objetivo de se manter as atividades econômicas na região. "Depois de participar de 150 reuniões com integrantes do governo para discutir saídas para a crise, cheguei à conclusão que estamos perdidos. Eles não querem manejo, o que querem mesmo é despovoar a Amazônia", afirma Tremonte, denunciando que em todas as reuniões foram mantidos acordos, mas nenhum deles foi cumprido pelo governo federal.
"O governo desrespeita até mesmo seus parlamentares, porque a senadora Ana Júlia (PT-PA) pediu a liberação do manejo e teve a garantia que isso aconteceria, mas também foi enganada pelo governo", diz Tremonte. "Ela disse que entre o governo e o povo iria ficar do lado do povo, mas isso está demorando muito", alfineta. Ele aproveita para criticar a exposição do navio do Greenpeace em Belém. "Deveria era haver uma investigação para saber como morreu uma ativista deles naquele navio em 2003", sugere, em tom de revolta.
Segundo o empresário, a revolta com o Greenpeace se dá porque depois de todas as reuniões e gastos para tentar negociar com o governo o funcionamento de pelo menos parte das indústrias, se descobriu que a moratória do setor foi planejada ainda em 2003 pela ONG e acatada de forma integral pelo governo federal. Tremonte se refere ao relatório "Estado de conflito", montado pela entidade, em Amsterdã, em 2003, e que pinta um cenário dramático na região, amplificando os problemas locais para chamar a atenção do mundo.
O documento é muito claro quanto aos projetos considerados de suma importância para o desenvolvimento do Pará e a melhoria de vida dos paraenses. Critica, por exemplo, o Plano Pluri-Anual (PPA) definido naquele ano pelo governo federal, que previa vários investimentos no Pará, como o asfaltamento da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e da BR-230 (Transamazônica), a modernização dos portos exportadores de Belém e Santarém, o aumento da capacidade da hidrelétrica de Tucuruí e a finalização dos estudos sobre a hidrelétrica de Belo Monte. "Todos estes projetos representam uma má-notícia para o meio ambiente e para as comunidades locais na Amazônia", diz, sem cerimônia, o documento do Greenpeace.
A parte que mais incomodou os madeireiros do oeste do Pará, no entanto, diz respeito às demandas definidas pela ONG no documento. A entidade pede a suspensão de toda exploração madeireira em escala industrial na região, especialmente na área de influência da Santarém-Cuiabá, que até 2004 produzia mais de 42% da madeira tropical amazônica exportada pelo Brasil para os mercados internacionais. "Se o governo pretendia cumprir à risca as determinações dessa ONG, para que vem fazendo estas reuniões com a gente e assinando Termos de Ajustamento de Conduta para não cumprir. Será que somos palhaços?", questiona Tremonte. Protesto - A crise no setor florestal no oeste paraense poderá causar uma cena no mínimo inusitada. É que os empresários do setor afirmam que vão ajudar os funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), que estão em greve desde a segunda-feira, 8. Ontem, o Comando de Greve de Santarém pediu o apoio dos empresários, que disseram que vão ajudar a pressionar o governo federal para resolver logo a situação e acabar com a paralisação.
A greve deverá agravar ainda mais a situação do setor, porque os serviços de análise e liberação de planos de manejo estão prejudicados. "Vamos ajudar a fazer piquetes e estamos planejando trazer caminhões e até mesmo fechar rodovias aqui para ajudar os funcionários do Ibama", revelou um empresário à reportagem. A safra florestal começa no começo do mês de junho e a paralisação do Ibama pode atrasar em pelo menos em um mês o início das atividades nas serrarias que ainda não faliram na região.
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